Em meio a tantas notícias sobre pessoas jovens ou mais velhas acometidas por morte súbita e problemas relacionados ao funcionamento do coração, a campanha conhecida como setembro vermelho chega para promover a conscientização sobre a saúde cardiovascular, já que as doenças relacionadas ao coração são a principal causa de morte no Brasil e no mundo. De acordo com o ‘cardiômetro’ desenvolvido pela Sociedade Brasileira de Cardiologia – SBC, só no início deste mês já são mais de 267 mil óbitos devido a problemas de saúde do coração e vasculares.
Ouvimos com frequência que ter uma rotina saudável, evitar e controlar fatores de risco cardiovascular e buscar o equilíbrio emocional são o suficiente para reduzir em torno de 50% dos casos de infarto e AVC. Mas será que de fato estamos tomando esse cuidado?
A saúde do músculo cardíaco e das artérias depende de hábitos e comportamentos como a prática regular de atividade física, a adoção de uma alimentação balanceada, a busca de um sono reparador, a realização do check-up médico anual e a procura de assistência adequada, havendo qualquer necessidade ou suspeita de algo estranho.
O que está por trás das doenças cardiovasculares – DCV?
De acordo com o cardiologista intervencionista do Instituto do Coração de Taguatinga (ICTCor), Ernesto Osterne, é importante ressaltar que, apesar da influência do perfil genético, boa parte dos fatores de risco associados ao desenvolvimento dessas patologias são modificáveis e se relacionam ao estilo de vida.
“O sedentarismo e o padrão alimentar inadequado, com deficiência de nutrientes importantes para a saúde do coração e o excesso daqueles que podem prejudicá-la impactam de forma expressiva na fisiopatologia dessas doenças. A consequência disso é o aumento da inflamação, o estresse oxidativo, o excesso de peso corporal e as alterações dos níveis da glicemia e do LDL-c, HDL-c e triglicerídeos no sangue. Por isso, o estilo de vida saudável é o aliado número um na prevenção das DCV“, alerta o cardiologista.
Exercício físico e saúde cardiovascular
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) um a cada quatro adultos e quatro a cada cinco adolescentes não se exercitam o suficiente. A entidade recomenda de 150 a 300 minutos de atividade aeróbica moderada a vigorosa por semana.
Luiz Evandro, profissional de educação física e coordenador técnico da Rede Alpha Fitness, reforça que o sedentarismo é a quarta causa de morte em todo mundo, porque aumenta o risco de desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis como hipertensão, diabetes e outras doenças cardíacas.
Para ele, a contribuição do exercício físico no quadro clínico da saúde é evidente. “O exercício melhora a pressão arterial, previne doenças nas artérias coronárias, melhora o colesterol, a glicose e outras gorduras do sangue. A atividade física é fundamental para a manutenção da saúde do coração e de todo o nosso corpo, muito mais do que para a perda de peso ou estética”, afirma.
Alimentação saudável também é aliada
Para Ernesto Osterne, a alimentação é uma importante ferramenta contra as doenças cardiovasculares. Ele reforça que para entender melhor como comer bem e de forma regrada, antes, é importante entender que há categorias de alimentos.
“Opções que contêm vitaminas, minerais, fibras e antioxidantes, como as verduras, frutas, legumes, leguminosas, leite e iogurte sem gordura são ideais. Já os pães, cereais, macarrão, tubérculos cozidos, farinhas, oleaginosas, óleos vegetais, devem ser consumidos com cuidado, pois são alimentos mais calóricos, gordurosos e com mais sal. Alimentos ricos em açúcar, sal, colesterol, gordura saturada precisam ser consumidos em pequena quantidade. Não é que não possamos consumir esses alimentos, mas eles precisam ser uma exceção, pois têm, em sua composição, nutrientes que podem prejudicar a saúde do coração“, finaliza o médico.
Cardiômetro: www.cardiometro.com.br