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Ministério do Turismo, com apoio de Itaipu Binacional, inicia II Encontro de Turismo Responsável em Foz do Iguaçu (PR)

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Secretária executiva Ana Carla Lopes destacou o papel do setor na proteção de crianças e adolescentes contra a exploração sexual. Abertura do evento contou com a exibição de documentário e um debate sobre o tema

O auditório da Itaipu Binacional, em Foz do Iguaçu (PR), foi palco nesta segunda-feira (02.06) da abertura do II Encontro de Turismo Responsável, promovido pelo Ministério do Turismo com apoio da hidrelétrica. O evento reúne profissionais do setor, representantes da sociedade civil e vítimas de violência sexual infanto-juvenil para uma reflexão profunda sobre o papel do turismo na prevenção a crimes do tipo contra crianças e adolescentes.

O início do evento teve a exibição do documentário “Apesar de…”, que narra uma história real de abuso infantil. Na ocasião, a secretária executiva do Ministério do Turismo, Ana Carla Lopes, destacou a importância da iniciativa de mostrar filme. “Esse documentário é mais que um filme. É o testemunho corajoso de uma jovem que transformou dor em arte, silêncio em palavra, trauma em narrativa”, ressaltou, acrescentando o papel do turismo no enfrentamento de violações. “A prevenção começa onde começa o olhar”, frisou Ana Carla.

O documentário aborda o caso de Geórgia, artista circense e sobrevivente de abuso sexual na infância. Após a exibição, Geórgia emocionou o público ao reforçar a necessidade de romper o silêncio e transformar dor em ação. “Nós somos muitas e muitos e precisamos falar sobre isso. Senão, vira uma luta só de sobrevivente”, desabafou. Ela defendeu que a prevenção à violência sexual deve ganhar visibilidade, inclusive nas redes sociais.

A diretora do filme, Beatriz Prates, também defendeu esforços no sentido de encarar o tema de frente. “Muita gente se surpreende ao ver a Geórgia viva, caminhando. Mas é preciso parar de silenciar e enfrentar essa realidade. A transformação começa por aí”, conclamou.

O debate também contou com a participação de Eva Dengler, representante da Childhood Brasil, que ressaltou a relação entre a violência intrafamiliar e a exploração sexual infantil no contexto do turismo. “Muitas meninas, ao viverem abusos como o da Geórgia, não têm o mesmo caminho. Fogem de casa ainda crianças e acabam sendo exploradas nas ruas. Precisamos romper essa lógica de normalização da violência”, alertou.

Também presente, a Irmã Henriqueta Cavalcanti, do Instituto Dom Azcona, com longa atuação na defesa dos direitos humanos no Marajó (PA), chamou a atenção para a subnotificação de casos de violência. “O mais alarmante não é o número de denúncias, é o que não se denuncia. Precisamos escutar sem julgar, sem rejeitar e sem esquecer”, sustentou.

ENCONTRO – O evento faz parte das ações do Ministério do Turismo na área e tem como objetivo conscientizar o setor e promover a responsabilidade social entre profissionais e empresas ligadas à atividade turística. A iniciativa reforça o papel do turismo não apenas como vetor econômico, mas também um instrumento de transformação social e proteção da infância.

Nos próximos dias, a programação do evento inclui a realização de vários painéis, como “Marajó – Caminhos de Cuidado e Resistência”, que traz relatos de atuação no Pará e no território amazônico por organizações como o Instituto Mondó e o Instituto Dom Azcona; e “Infâncias Livres – Caminhos Inovadores na Prevenção da Exploração Sexual no Turismo”, que reunirá representantes da iniciativa privada, do setor público, de Organizações Não Governamentais e da sociedade civil.

Haverá ainda o painel “Conexões que Protegem: A Experiência de Foz do Iguaçu”, que contará com a participação da Itaipu Binacional e da Rede Proteger; além do painel “Desafios e Avanços no Enfrentamento à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes”, que reunirá integrantes do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) e do Ministério dos Direitos Humanos do Brasil, entre outras autoridades.

Por Lívia Albernaz

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