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FNDE marca presença do 34º Fórum Estadual da Undime-SP

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Evento, realizado em Embu das Artes, debate gestão democrática, equidade e políticas públicas na educação municipal

O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia vinculada ao Ministério da Educação, participa do 34º Fórum Estadual da União dos Dirigentes Municipais de Educação de São Paulo (Undime-SP), que ocorre entre os dias 25 e 27 de fevereiro em Embu das Artes, na região metropolitana de São Paulo. O evento, que reúne cerca de 500 participantes, tem como tema central “Gestão, Democracia e Equidade: Fundamentos, Políticas Públicas e Práticas”, com debates e palestras sobre a importância da gestão democrática e o papel dos gestores na melhoria da educação básica.

Durante a palestra “A Liderança e o Papel da Mulher na Gestão da Educação”, realizada na tarde do dia 26, a presidente do FNDE, Fernanda Pacobahyba, destacou a complexidade das decisões e a necessidade de superar dicotomias tradicionais. “Questões taxativas empobrecem o diálogo. Não há mais separação entre razão e emoção. Somos seres complexos e, na maioria das vezes, nossas decisões são mais emocionais do que racionais, independentemente de gênero”, afirmou. Ela também ressaltou o papel transformador da liderança: “A liderança é um momento extraordinário de autoconhecimento e uma oportunidade única de crescimento.”

Pacobahyba enfatizou a importância da coragem para liderar e a necessidade de ressignificar valores tradicionalmente associados ao masculino. “Coragem está ligada à bravura e à valentia, características atribuídas ao coração, que simboliza nossas emoções. No entanto, o ideal de coragem muitas vezes é masculinizado, aquele que não se deixa abalar pelas emoções”, disse.

Ao abordar questões de gênero na educação, a presidente destacou que a área sempre foi predominantemente feminina, o que reflete uma história de luta por reconhecimento. “A educação básica é um terreno majoritariamente feminino, e isso revela muito sobre a desvalorização do que é associado ao feminino em nosso país. Precisamos legitimar e valorizar o papel dos professores, especialmente das mulheres.”

Sobre a liderança na gestão educacional, Pacobahyba ressaltou a importância de alinhar a autoliderança à capacidade de inspirar equipes. “Liderar não é apenas dar ordens, mas engajar pessoas, fazê-las entender o propósito de suas ações. Isso exige mais trabalho do que o modelo de comando e controle, mas é essencial para uma gestão eficaz. Um líder deslegitimado é aquele que não consegue inspirar e agregar valor ao trabalho coletivo.”

A presidente também criticou a falta de conscientização sobre a importância da educação no Brasil. “Não temos, como sociedade, uma consciência da relevância da educação e dos desafios que enfrentamos. Normalmente, as políticas públicas são formadas a partir de apelos políticos. Precisa ter reverberação, virar pauta. Precisamos de um movimento pé no chão: saber onde estamos e onde queremos chegar. Ainda temos salas de aula que refletem modelos do século XIX, com o professor como dono da verdade. Em um mundo de rápidas transformações, isso é insustentável. A qualificação da gestão é fundamental para mudar esse cenário.”

O fórum também abordou temas como políticas públicas educacionais, financiamento (FUNDEB, VAAR e ICMS Educacional), educação infantil (com foco no Plano da Primeira Infância), educação integral e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Além das palestras, os participantes podem esclarecer dúvidas sobre programas educacionais no “Plantão de Atendimento”, que conta com a presença de técnicos do FNDE, SEB/MEC, SEDUC, FDE e da Assessoria Jurídica, oferecendo orientações sobre políticas públicas em vigor.

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